As negociações das Nações Unidas em Poznan, de 1 a 12 de dezembro, são cruciais rumo a um acordo global justo e ambicioso sobre o clima, previsto para o final do ano que vem. O mapa do caminho desenhado em Bali - acordado nas negociações sobre clima do ano passado - determina que os governos concluam as negociações na 15ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas em dezembro de 2009, em Copenhagen. Com apenas um ano até lá, o encontro de Poznan abordará a visão compartilhada para ações cooperativas e um texto de propostas concretas para a negociação global sobre o clima, sobre a qual os negociadores trabalharão ao longo do ano. As discussões são uma grande oportunidade para afunilar as opções que já estão em pauta e desenvolver propostas mais promissoras adiante.
Questões-chave
O ponto de partida para Poznan difere muito dos encontros anteriores: há um novo presidente norte-americano eleito, com uma ambiciosa agenda climática; diversas economias emergentes estão em processo sem precedentes de adoção de políticas de corte de emissões; e a vacilante União Européia pode retomar sua antiga liderança nestas questões ao aprovar um revolucionário pacote de leis em dezembro.”Diante do estimulante desenvolvimento político em alguns países, temos razões para esperar um progresso real em Poznan”, disse Kim Carstensen, líder da Iniciativa Global para o Clima, da Rede WWF. “É hora de os dirigentes traduzirem vontade política em um primeiro texto de negociação para o novo tratado global do clima”.Para a secretária-geral do WWF-Brasil, Denise Hamú, as negociações de Poznan serão decisivas na construção de um acordo consistente, ambicioso e justo em Copenhagen, no ano que vem. “É hora de os países desenvolvidos e em desenvolvimento se posicionarem positivamente para, juntos, empreenderem um combate efetivo às emissões de gases de efeito estufa. Disto depende, inclusive, o futuro do já combalido quadro financeiro mundial, não bastasse a ameaça à própria existência da vida tal como ela é”, alertou Denise Hamú.
Ao invés de postergar as ações contra as mudanças climáticas em face do temor de recessão, os ministros de Estado deveriam entrar em acordo sobre medidas fortes para reduzir as emissões e aumentar a eficiência energética, incentivando a indústria e o emprego sustentáveis. “Uma sociedade de baixa emissão de carbono e investimentos em energia limpa são parte da solução tanto para a crise climática quanto para a crise financeira”, disse Kathrin Gutmann, coordenadora de Políticas da Iniciativa Global para o Clima, da Rede WWF. Em Poznan, para prevenir uma catástrofe climática com intensificação de eventos extremos como secas e inundações e furacões, que acentuaria a crise financeira, devem ser assinados acordos que permitam estancar e reduzir as emissões bem antes de 2020.
Enquanto mais e mais países desenvolvidos e em desenvolvimento reconhecem a necessidade urgente de uma ação decisiva contra a ameaça climática, o país anfitrião do encontro, Polônia, tem se comportado como defensor da indústria do carvão mineral, o que rende ao país a reputação de retrógrado no que tange às negociações sobre mudanças climáticas. “A Polônia precisa revisar suas posições retrógradas e tornar-se um anfitrião confiável, antes de mais nada, abandonando sua resistência ao pacote sobre clima e energia da União Européia.
(WWF-Brasil)
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