Por Redação do Pnud
Os estudos nacionais sobre desenvolvimento humano não devem se contentar com médias gerais - é importante investigar desigualdades internas, sugere um manual do PNUD sobre elaboração e divulgação de relatórios sociais. A ênfase pode ser dada a discrepâncias espaciais (entre Estados e municípios, por exemplo), individuais (sexo, idade, local de origem), de renda (ricos e pobres), de cor ou etnia ou de grau de instrução, sugere o documento.
A publicação, chamada Measuring Human Development: A Primer, salienta que os relatórios nacionais devem ir além do relatório internacional de desenvolvimento humano, publicado anualmente pelo PNUD. Neste, freqüentemente são usadas médias nacionais - por exemplo, para calcular o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). No entanto, “a realidade é que as pessoas dentro de um país não são idênticas.”, diz o texto do guia.
A desagregação, portanto, é uma importante ferramenta quando se quer detectar desigualdades locais por grupo étnico, sexo, classe social e região, entre outros diferenciais. “Uma comparação entre grupos étnicos pode indicar, por exemplo, qual grupo requer mais atenção”, observa o manual.
Como exemplo das possibilidades da desagregação, o guia destaca o Relatório de Desenvolvimento Humano Brasil 2005, que analisou renda, educação e saúde de negros e brancos brasileiros e concluiu que os negros enfrentam piores condições em todos os indicadores dessas áreas.
Outro ponto ressaltado pelo texto é a forma como os dados obtidos são publicados. Para que a informação chegue ao maior número possível de pessoas possível de forma compreensível, defende o manual, os textos devem usar números comedidamente e ligá-los ao tema do relatório social. Além disso, termos técnicos devem ser evitados. “Muitos números e termos estatísticos no texto do RDH podem intimidar até os leitores mais interessados.”, diz o texto.
(Envolverde/Pnud)
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